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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Um casamento de morte !




Nayeli e Bradford casaram-se com cerimônia religiosa seguida de almoço à moda mexicana na época de sua principal festa : o Dia dos Mortos.
Ao contrário de nossa cultura, é uma data alegre, festiva, animada em que os vivos fazem contato com seus mortos e os parabenizam oferecendo comida e bebida típicos em altares em casa ou cemitério, ao som de canto e música.

O casal inspirou-se nesse tradicional feriado porque acharam ser uma bela maneira de incluir todos os entes queridos, inclusive os falecidos, especificamente a mãe de Brad.
E também como demonstração de que o amor é eterno e segue a vida após a morte.
Comemorar o amor nessa vida, nesse momento e no futuro compartilhado.

Fizeram questão de que fosse uma festa bem ao estilo "feito em casa", "com as próprias mãos", com muito artesanato e peças crafts.
O casal e pais queriam manter as coisas de maneira simples, sem nenhuma ostentação.
A família unida contribuiu para o sucessso mais do que o esperado, tornando essa festa de casamento algo incrível.
Cada parente participou de alguma forma, dentro de sua criatividade e habilidade com design, execução de peças, arranjos, tecidos, louças, móveis ...
Viabilizando, inclusive, o evento financeiramente.

Assim as mesas da cantina foram compradas em lojas de móveis usados e depois revendidos, flores de milho do mercadão, placas sinalizadoras de madeira reciclada, bar feito com barris emprestados de uma adega, gelo em latões galvanizados e outros pequenos objetos de lojas tipo RS 1,99.
Ainda foram atrás de ofertas e promoções, bazares e brechós.
E, o melhor, a noiva com a mãe e as duas irmãs foram a Sayulita, no México, para uma maratona de compras para a decoração do chá de cozinha e casamento, voltando com 3 malas cheias de arte, tecidos e roupas que deram a cor, textura e sabor que pretendiam.



A noiva usou um maravilhoso vestido típico mexicano todo bordado à mão, com flores e predominância do verde, representado nas folhagens.



E o buquê extremamente colorido feito de flores de papel, outra característica bem mexicana.




As daminhas de honra com botas de couro, guirlandas de flores e fitas na cabeça e corações aplicados na parte traseira das calças.


As madrinhas, irmãs da noiva, usaram vestidos iguais, bordados manualmente e comprados no México.


    E o pai veio a caráter, no estilo meio Texas meio México, como a comida, tex mex.


Durante a cerimônia os convidados sentaram em fardos de trigo cobertos com pedaços de tecidos.


Os pompons foram comprados de um comerciante no México, como o Sagrado Coração de espelho que reflete o amor de volta para a multidão.


Uma lembrança especial para a noiva foi o momento em que o filho de 13 meses veio sozinho pelo corredor e se atirou nos braços dos pais para encerrar a cerimônia com laço de ouro.
As mãos do casal foram unidas e abençoadas sob uma faixa de tecido do vestido de casamento da mãe de Brad para significar a união com o além.
Juntando assim o casal, os antepassados e o futuro.



           As alianças, fugindo do tradicional, com caveiras, figuras típicas dessa data.



               Não faltaram as conhecidas bandeirolas coloridas de papel picado ...


     ... objetos típicos como as cadeiras de cipó e de folhas de madeira, caveiras ...


                                                ... Sagrados Corações ...


                       ... esqueletos, muitos arranjos de flores de papel ...


         Um espaço foi reservado para a Cantina, onde eram servidas as bebidas, ...


... com garrafas de tequila, cerveja e refrigerantes gelando em tinas galvanizadas...


                                     ... vasos com flores de papel, placas ...


                                            ... copos à mão dos convidados.


Dois barris serviram de suporte para um tampo onde um barman preparava drinques mexicanos.


O casamento deu-se numa propriedade no Texas que eles gostam de chamar de "El Ranchito", com arquitetura e paisagismo típicos mexicanos.



Sob a sombra das árvores, a mesas com bancos para o almoço, enquanto as dos noivos eram de ferro forjado.
Para as passadeiras e os assentos, tecido renda branca e azul clara.



                   E mais flores de papel para corredor e os centros de mesa ...



                             ... predominando as cores maravilha e amarelo.



Muitas flores e folhas de papel transforam-se em exuberantes arranjos presos a galhos e troncos de árvores.



                      Foram providenciados até um canto para os fumantes ...


                                                 ... um para relaxar ...


                                                 ... e outro para fotos ...


                             ... com uma mala cheia de acessórios divertidos.


Para os convidados deixarem suas felicitações, ossos de esqueleto feitos com madeira.


Como lembrancinhas foram entregues caixas de fósforos decoradas (referênciasempre às velas a serem acendidas) e mini altares com esqueletos.



Como a festa de casamento seria toda ao ar livre, a data teve de ser remarcada por duas vezes porque as chuvas torrenciais fizeram um belo estrago no local.
Mas todos os convidados e fornecedores colaboraram alterando as datas de viagens, reservas no hotel, a entrega de gelo e bebidas, até o bufê conseguiu se reorganizar.
E no dia definitivo todos ajudaram a limpar o terreno.
Assim, a data que seria por volta da terceira ou quarta semana de outubro acabou ficando para o Dia dos Mortos.
Motivo pelo qual o casal acredita que além de uma festa comunitária, a ocasião não poderia ser mais próprícia, quase um aviso, uma ironia.
Um verdadeiro alinhamento cósmico para os seus desejos quanto à ideia da eternidade.
Acharam que houve a perfeição em todas as falhas.


Federica

(fonte : http://greenweddingshoes.com)

2 comentários:

  1. Que diferente. Gostei bastante da festa e da história toda.
    Acredito que festas tem que ter um sentido especial, como esta, e isso melhora tudo.
    Beijos

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  2. Oi, Paula, legal você nos acompanhar. Sim, também gostei do sentido que esses noivos deram à sua festa de casamento. E nem sempre o que parece triste, é realmente. Vale ver o contexto, os costumes, a cultura onde as coisas ocorrem. Aqui a morte foi celebrada de forma alegre e animada, exatamente como no dia de Muertos no México.

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