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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Pesquisa de Mercado - Parte I



O Mercado Municipal Paulistano, o Mercadão, é visita obrigatória para os turistas de todo o Brasil, os que vêm de fora do país e os próprios moradores da cidade.
É um shopping gastronômico completo, excelente para compras e degustação de produtos, ponto de encontro para refeições no novo mezanino com área de alimentação e apreciar a beleza de sua arquitetura.

Já estivemos diversas vezes por lá, praticamente quase todas as vezes em que estamos organizando eventos, mas decidimos, desta vez, bancar as turistas e visitar o Mercadão como se fosse a primeira vez.
Com um olhar especial, para novas descobertas.


E aproveitamos o feriado do aniversário de 459 anos da cidade de São Paulo, 25 de janeiro último, que coincide com o dos 80 anos do Mercadão.
Que foi comemorado com promoções especiais por vários fornecedores, apresentação de shows de samba e jazz e a Bateria da Escola de Samba X-9 Paulistana que começou a tocar no início da noite e só parou às 6hrs da manhã do dia 26.


Inaugurado em 1933, é um importante entreposto comercial de atacado e varejo de verduras, legumes e frutas frescas, carnes, aves, peixes e frutos do mar, massas, doces, especiarias, bebidas, todos produtos de primeira qualidade, nacionais e importados.

O projeto arquitetônico, em estilo eclético, é de 1926, do escritório do arquiteto Francisco Ramos de Azevedo, a construção do prédio foi iniciada em 1928 e foi inaugurado em 25 de janeiro de 1933.

Foi reformado em 2004, quando foi tombado pelo conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), ganhou projeção internacional e é um dos pontos turísticos mais visitados da cidade.


Hoje o prédio ocupa uma área de 12.600 metros quadrados, com mais de 290 boxes, com mais de 1.500 funcionários.

Um dos problemas quanto às idas ao Mercadão tem sido sempre o do estacionamento, pois as vagas são insuficientes, há poucos estacionamentos particulares ao redor, alguns carésimos e a Zona Zaul restrita a poucos quarteirões.
Está sendo cogitada a construção de um estacionamento subterrâneo, mas ainda sem data prevista para o início das obras.

O Mercado abrange açougue, empório, avícola, mercearia, laticínios, peixaria, quitanda e área gourmet.
E mais recentemente o mezzanino com a área de alimentação.
Ainda, loja de embalagens, roupas e bijus, charutaria, utilidades domésticas, o Instituto Pró-Verde e uma lotérica.

Coexistem marcas tradicionais, antigas, negócios familiares que passaram de pais para filhos e netos com lojas novas mas que já fazem parte da história.


A execução dos vitrais é do artista russo Conrado Sorgenicht Filho, famoso pelo trabalho que realizou na Catedral da Sé e mais outras 300 igrejas brasileiras.
Ao todo são 32 painéis subdivididos em 72 vitrais.



O Mercadão é dividido em ruas identificadas por letras e boxes por números.
Para localizar os fornecedores, basta clicar sôbre o mapa do site, com boxes coloridos de acordo com o segmento.


Em nossa última ida, resolvemos iniciar o passeio gastronômico pelo portão do corredor central, pela Rua A.


Demos de cara com o famoso Ki-Peixe, no mercado de peixes e frutos do mar desde 1995, tendo à frente do negócio o sócio Mário, pioneiro no ramo de pescados, com 30 anos de trabalho neste segmento.
Com um balcão de 90 metros quadrados, na Rua A Boxes 2 a 8, é hoje a maior peixaria da América Latina.


Trabalha com pescados de rio e mar e frutos do mar frescos, alguns também congelados e defumados.
Ainda, inteiros, em postas ou filés e carpaccio.


Uma enorme variedade, entre ela : aliche, anchova, arenque, bacalhau, badejo, bagre, baiacu, bicudo, bonito, cação, camarão, caranguejo, cambucu, carapau, enguia, espada, garoupa, haddock, kani kama, lagosta, merluza, ovas, pesacada, pintado, pirarucu, polvo, salmão, sardinha, tainha, tilápia, tucunaré, trilha, vieiras.
Água na boca só de olhar !


Em agosto de 2011 a peixaria inaugurou logo na esquina à sua frente, na Rua A 33, a Casa das Ostras, um box com cara de bar, pequeno, mas que pode chegar a ter 10 mesinhas altas em dias de movimento.
Com atendimento personalizado, oferece ostras e frutos do mar super frescos, além de pescados que você pode escolher na peixaria e eles preparam na hora, como ceviche de saint-peter.
Cortam sashimi e cobram pelo peso do peixe.


As ostras, supercarnudas, vêm de Cananéia e Santa Catarina diariamente de avião e são vendidas por R$ 4,00 a unidade (!) na versão clássica, com limão.
Mas também há outras opções, como com ovas de capelin, geléia de pimenta, vinagrete, manga a preços mais altos.
Você pode acompanhar com chopp ou cachaça.


Um box todinho para um dos pratos brasileiros mais típicos : a feijoada.
A Zucchini, da família Zucchini (que em italiano significa abobrinha !), desde a inauguração do Mercadão, na Rua D Box 17.
Bem pequeno, mas recheado de tudo tudo que você possa imaginar !


Trabalha com todos os pertences para você preparar "aquela" feijoada : carne seca de vários cortes, linguiças, defumados.
Costelas, orelhas, pés, rabos e línguas de porco, paio e bacon, bem temperadas alheiras.


Na Rua D no Box 02 encontramos o famoso Roni, no ramo desde 1887, quando o Sr. Pedro Talarico chegou da região da Calábria, Itália, com seus conhecimentos de como fabricar queijos artesanalmente.
Estabelecido em São Lourenço, Minas Gerais, seus produtos foram fazendo sucesso e começaram a chegar a São Paulo no antigo Mercado.


Com a inauguração do novo, ele adquiriu seu próprio box e a 2ª geração, através de Rocco e Josephina Peta, expandiu os negócios.
Uma nova fábrica mais moderna, a Laticínios São Miguel, foi inaugurada em São Sebastião da Grama, no Estado de São Paulo e hoje, com 3 boxes (os mais recentes F5 e H6), Roque Bruno, já da 4ª geração, cuida da administração e comercialização com o lema :"Família, Tradição e Qualidade". 


Como principais produtos você encontra a muçarela, ricota fresca, ricota romana, ricota defumada sem e com pimenta, provolone, caccio cavalo, butirro com manteiga dentro, manteiga, queijo Frescal e sancliche.
A mussarela e a ricota fresca são consideradas as melhores do Brasil pelos grandes chefes de cozinha.

E ai aproveitamos prá comentar a grafia do queijo muçarela.
Sim, escreve-se com "ç" ou mozarela, e não mais mussarela.
A gente aqui tá penando prá não errar.


Mais uma parada estratégica, práticamente um ponto turístico do Mercadão.
Desta vez no Bar do Mané, na Rua E Box 14, onde você pode saborear o famoso sanduiche de mortadela, o "Sanduiche mais famoso do Mercadão" e que, segundo reza a lenda, "Aqui o que tem menos é o Pão".
O sanduiche de mortadela é preparado no pão francês, com 250 a 300 grs do embutido Ceratti.
O boteco iniciou suas atividades na Várzea do Carmo enquanto o Mercado estava sendo construído e se  mudou, quando este foi inaugurado.
Os fundadores foram os primos Jeremias e Alberto, que eram padeiros em Portugal, antes de virem para cá.
Como tradição familiar da época, o negócio foi passado ao seu Manoel Cardoso Loureiro, o "Mané", filho do Jeremias na década de 70 e hojé está na 4ª geração, com Marco Antonio e o filho Manoel.


No início os sanduiches mais vendidos eram os de copa e o de salame.
Numa brincadeira entre os funcionários, estes começaram a cada vez mais aumentar o recheio do de mortadela, até, pelo boca-a-boca, tornar-se referência.
Em 10 de julho de 79 o sanduichão de mortadela apareceu no jornal O Estado de São Paulo e começou a fazer história.
Em 2004 foi escolhido como o "Melhor Petisco" numa promoção da AMBEV com os bares de São Paulo e dai por diante ninguém mais o segurou.
Chegam a vender 1.000 unidades num dia !
Mas, querendo, há outras opções no cardápio : Americano, Copa Salada, Da Casa, Mortadela Light, Peito de Peru Salada, Pernil, Salame Salada, Tender Salada, além de empada de palmito e bolinho de bacalhau.
Para beber, água, sucos, refrigerantes e cerveja.


Em frente, irresistível, o Pastel de Bacalhau do Hocca Bar, na Rua G 7/8 e G 21/27.
A invenção foi de um jovem casal portugues empreendedor que abriu o primeiro bar dentro do Mercado.
Introduziram várias inovações para a época mas a receita centenária do tal pastel de dona Maria, numa massa de origem portuguesa, a princípio não suscitou interesse.
Mas aos poucos foram introduzindo sanduiches de novas formas e sabores e o pastel, com o tempo, acabou fazendo sucesso e chegou ao lugar dos mais pedidos.


E o Hocca Bar acabou recebendo a Medalha José de Anchieta por tornar o Pastel de Bacalhau e o Sanduiche de Mortadela verdadeiros símbolos da gastronomia da cidade de São Paulo.
O fundador até hoje comanda o Hocca Bar.

O pastel é enorme e chega super recheado.
Prá nós, 1 só foi o suficiente.                       
Tenro, bem temperado, sequinho.                


O cardápio oferece ainda opções de petiscos como filé mignon ao catupiri, onion rings, polenta, iscas de badejo, batatas e mandiocas fritas, bolinhos de bacalhau; pastéis de vários sabores (Paulistano, bacalhau, camarão, carne, Nordestino, Italian, pizza, queijo e Dolce Banana); 7 opções de Sanduíches de Mortadela Ceratti; lanches (Antigão, Combo, Lua, Carne de Sol, Levíssimo, Calábria e 3 opções de Beirute); pratos de peixes, carnes, massa, Virado, Escondidinho.
Cerveja, refrigerantes, sucos e caipirinha para beber.


E o Bolinho de Bacalhau Gigante !!!

O Hocca Bar já tem uma filial no Shopping de São Bernardo e, em breve, no Ibirapuera.


Na Rua G no número 8 encontramos o Empório Chiapetta, fundado em 1908 pelo imigrante italiano Carlo Chiapetta, que abriu seu primeiro negócio de secos e molhados no antigo Mercadinho da Av. São João, onde hoje está o prédio dos Correios.
Montou seu box no Mercadão quando de sua inauguração, sendo hoje um dos de infra-estrutura mais moderna, decorado e de atendimento personalizado.
Muitas vezes o próprio dono atende os clientes.
Atualmente o negócio é comandado pela 3ª geração : Alfredo é responsável pela Central de Distribuição, enquanto que dona Natalina, Eduardo, Leonardo e sua esposa Claudete cuidam do box. 


O Empório oferece mais de 2.500 ítens de qualidade, nacionais e importados, como frutas secas, queijos, presuntos e frios, patês e antepastos, azeites e vinagres, mostardas, latarias diversas, Funghi Secchi Porcini, shitake e shimejis frescos, pimentas, especiarias, temperos e molhos, grãos, massas, confeitos italianos, doces portugueses e licores.
Nunca vimos tantas azeitonas juntas !



Mas sua marca registrada é o bacalhau, da cidade do Porto e o Gadus Morhua da Noruega.


Perto, o Empório Santa Therezinha, que entrou no Mercadão apenas em 2004, numa área onde só havia lojas de horti-frutti, por isso desacreditado no início.
Entretanto, logo se destacou graças aos produtos diferenciados, de qualidade e atendimento personalizado.
Tanto que já tem 3 boxes, um para cada tipo de produto : o Empório propriamente dito na Rua H 10/12, a Cachaçaria na H 3/5 e a recém-inaugurada Cervejaria na M 48/50, onde, além de mais de 200 rótulos de pelo menos 12 países, você pode tomar umas geladas na hora.
E, hoje, o empório Santa Therezinha responde por cerca de 80% do segmento dentro do Mercadão.


Na Cachaçaria, cachaças, claro, (mais de 800 rótulos), mas também uma adega de vinhos, uíques, saquês, vodcas, licores, nacionais e importados.



No Empório, azeites e azeitonas, vinagres, queijos, sais, conservas, doces, grãos, cortes especiais de bacalhau e uma enorme variedade de frutas secas, totalizando mais de 1.500 ítens.


E o atendimento impecável do Antonio.

Foi aqui que desgustamos o suco de uva 100% integral, isto é, de uva mesmo, sem nem um pingo de água, da Casa Madeira.
Vale a pena comparar e sentir a diferença com os demais, apenas 100%, os refrescos e os néctares.
Aprendemos que nem tudo que tem uva é suco !

O Empório Santa Therezinha tem filiais em Campinas e Rio de Janeiro.

Após comer o pastel de bacalhau e o sanduiche de mortadela, bolinho de bacalhau e lanche de pernil, saborear as ostras frescas e tomar suco de uva de verdade, descobrimos estarmos ainda na metade do nosso tour pelo Mercadão.
Resolvemos dar um pequeno break para descansar e enfrentar a 2ª parte.

Aproveitamos para acompanhar a filmagem de um comercial que estava sendo rodado exatamente no corredor principal.


O Mercado encontra-se na Rua da Cantareira, 306, no Centro da cidade de São Paulo, metrô Sé, próximo à 25 de Março e do Parque Dom Pedro II,  na antiga Várzea do Carmo, também chamada Zona Cerealista.
Fone : (11) 3313-3365

Horários : atacado - 2ª a sábado, das 22hrs às 06hrs
                 varejo - 2ª a sábado, das 06hrs às 18hrs
                             domingos e feriados, das 06hrs às 16hrs.


Federica e Vera


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