(imagem http://casaedecor.wordpress.com/)
Na última festa de casamento que postamos, fizemos menção ao estilo "Shabby Chic" e ficamos de explicar do que se trata, embora muitos de vocês devem, provavelmente, já ter ouvido falar a respeito.
Gostamos de decoração e tudo a que ela se refere, mas neste caso, o interesse vai bem além, porque conhecendo suas características básicas, você terá em mãos bastante material para organizar festas nesse estilo, erradamente, aqui no Brasil, denominado, por quase todos, de "provençal".
E já vamos começar corrigindo o equívoco.
Inclusive por parte de arquitetos e decoradores de interior.
Muitos acreditam que o "estilo provençal" surgiu na região da Provença (Provence), sul da França.
Na realidade começou na Grã-Bretanha, lembrando as casas de pedra do campo, fazenda, chalé.
Por isso também conhecido como "cottage". Sim, igual ao nome do queijo.
O Shabby Chic é um estilo de decoração conhecido pela junção do nome "Shabby", que em ingles significa desgastado, e, ao mesmo tempo, "chic" por ser elegante.
É então, mais ou menos, um estilo ao mesmo tempo "desgastado, desbotado, acabado", mas também "charmoso".
Depois, sim, espalhou-se pelo sul da França (o French Country Style), com algumas características próprias; na região das "campagnas" (campos) da Toscana (Itália), regiões do Mediterrâneo (Grécia) e foi até os Estados Unidos, principalmente na Costa Oeste (Los Angeles e São Francisco). A seguir foi mais para o interior, onde se desenvolveram os estilos rústico "country" e "shaker".
O country americano é muito mais rústico que o country inglês, consequencia direta das dificuldades economicas e sociais que os Estados Unidos atravessavam.
Portanto, o "provençal" é o estilo shabby chic especificamente da Provence.
No Brasil é chamado também de "shabby chic", bem como na maioria de outros países.
O Shabby Chic é abrangente, enquanto o provençal refere-se apenas a uma região.
E, portanto, erra quem chama de provençal as festas com bandejas trabalhadas, todas brancas e pequenos móveis ou gaveteiros em mesas de pés torneados e detalhes ondulados.
O termo "Shabby Chic" foi cunhado pela revista The World of Interiors da década de 80, consequente de um movimento marginalizado da contra-cultura.
O design de interiores conhecido como shabby chic tem como principal característica os móveis, de madeira maciça, principalmente o pinho ou carvalho e linhas retas, bem simples.
(imagem http://www.shabbychic.co/
Bancos grandes, de madeira bruta, sem detalhes e
sofás em tecido com estampas miúdas e cores claras.
Nos séculos XVI e XVII a população abastada ou média alta possuia mobiliário ricamente decorado, luxuoso, com palhinha e detalhes dourados, peças elegantes, fazendo contraponto ao sentimentalismo bonito do pop-vitoriano.
Eram os estilos urbanos como o Queen Anne, Chippendale e Hepplewhite, tanto nos móveis quanto objetos.
Por ser muito caro, os camponeses, pobres e os boêmios, recorriam a artesãos que tentavam copiá-lo o mais próximo possível, mas com materiais não nobres e acabamento rústico, madeira com defeito, pintura às vezes grosseira.
Na reinterpretação ficavam menos sofisticados, porém mais próprios para o campo.
E na realidade esta população estava mais preocupada com a subsistencia do que com os móveis.
Não estava criando um estilo, mas copiava o que considerava bonito da época.
Muitos acreditam que o shabby chic seja criação de um estilo, de uma obra de arte, mas foi muito mais uma necessidade, que levou às cópias pelo desejo de se equipararem aos com mais posses.
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Mesas e mesinhas.
Os artesãos, ao reproduzirem os móveis dos ricos, usavam madeiras inferiores, com defeitos e inventaram uma mistura à base de gesso e cola chamada "gessoré", que disfarçava bastante as imperfeições, mas depois, com o tempo, este "truque" se desgastava e as peças adquiriam uma aparencia desbotada, envelhecida.
Com frequencia eram novamente repintados e, muitas vezes, em outra cor, criando assim camadas uma diferente da anterior.
Hoje considerado um dos charmes do shabby chic.
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Armários fechados ou abertos.
A maioria das pessoas acha que seja um design de interiores com cores sempre suaves, tons pastel, muitas flores, romântico e feminino, daí a definição "chic".
Mas pode ser também rústico, com móveis pesados, cores fortes, aparencia masculina pois remete à vida rural dos camponeses, com casas de pedra ou tijolos (como na primeira foto) e vigas de madeira aparentes.
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E cadeiras com encostos de ripas.
Naturalmente não podem faltar as cadeiras de balanço com assento de madeira ou palha, estilo Windsor, de variados desenhos : encosto levemente curvo, pequenas barras cravadas no assento, pernas torneadas.
Nos Estados Unidos foram muito usadas para decorar jardins.
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Os "cupboards", famosos armários de cozinha para os potes de geléia.
Nas festas "provençais" atuais, abertos, usados para colocar copos, pink lemonades (aproveite a receita que demos dias atrás), bem-casados ou as lembrancinhas.
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Camas imponentes, embora simples.
Sempre altas, exigiam banquinhos para subir.
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E as indispensáveis cômodas e baús.
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Falando especificamente do country dos shakers, nos Estados Unidos, estamos falando de uma comunidade religiosa do século XVIII, baseado no princípio de que "a beleza reside na utilidade e nada pode ser chamado de perfeito se não tiver uma função".
Estamos acrescentando este estilo porque vários ítens são ou se assemelham ao shabby chic, podendo, assim, serem usados concomitantemente.
Criaram móveis sólidos, de linhas puras, simples e bastante funcionais. Sempre de acabamento primoroso.
Se destacam pela delicadeza, design simétrico, sem qualquer ornamentação, economicos e duráveis.
Um hábito comum era pendurar as cadeiras em cabides que contornavam toda a extensão da parede para facilitar a limpeza do chão e terem mais espaço livre.
Produziam seu próprio mobiliário com ferramentas que inventaram.
Criaram muitas peças hoje usados na decoração como cestas, cobertores, lenços e chapéus, vendidos para comprar o que necessitavam.
Um dos objetos mais significativos são as caixas de madeira, ovais, com o desenho de lingueta que lembra a cauda da andorinha.
(imagem sem crédito)
Banheiras simples, mas para a classe rica ou média alta; para os pobres, tinas, bacias e jarros ....
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.... mas que porcelanas !
Sempre muito delicadas.
Geralmente pintadas à mão, com desenhos de flores miúdas.
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Como tecidos, geralmente populares como algodão ou linho, inspirados nos lençóis franceses.
Flores miúdas misturadas a listas.
Cores claras, mas hoje muitas são assim devido ao tempo, que as tornaram desbotadas.
Almofadas bem femininas, com babadinhos, românticas, femininas.
(imagem http://www.shabbychic.com/)
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Almofadas e painéis em tecido "barkcloth".
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Muitos e muitos babados e frufrus, em toalhas de mesa, roupa de cama e cortinas.
(imagem http://www.shabbychic.ccom/)
Lembra-se do filme A Condessa, que conta a história de Maria Antonieta ?
Assim mesmo. Uma miscelania. Mas miscelania chique.
(imagem http://www.shabbychic.com/)
(imagem http://www.shabychic.com/)
Enquanto os mais abastados usavam lustres de ferro patinado com cristais em formato de gotas, o povo mais simples usava castiçais ou candeeiros, também em ferro.
No 2º capítulo, vamos ver como podemos "fazer" e usar o estilo Shabby Chic nos dias de hoje.
Técnicas para envelhecimento de móveis e tecidos.
Detalhes de aspecto antigo com materiais novos.
Depois ... tudo é festa !
Federica e Vera
(fontes : http://en.wikipedia.org/; http://shabbychic.com/; http://rachelashwellshabbychic.blogspot.com/; http://www.joanacampos.com/; http://vanessacamara.com/)
(temos uma imagem sem o devido crédito; caso você saiba, favor nos enviar via nosso e-mail)
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