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sábado, 18 de junho de 2011

"Arraiá de arrasá"

                          
                                                   (imagem http://vejasp.abril.com.br/ - Rafael Campos)

Danças e músicas típicas do pais ou região.
Comidas e bebidas.
Barraquinhas e brincadeiras divertidas.
Muita animação.

Estamos falando das festas de São João ou juninas.

Estas são as celebrações que ocorrem em vários paises, relacionadas com a festa pagã do "solstício" de verão (o dia mais longo do ano), que acontecia em 25 de dezembro, segundo o calendário juliano, e cristianizada na Idade Média como festa de São João.

"Solstício" significa a duração do dia mais longo do ano (no verão) ou noite mais longa (no inverno), de acordo com o hemisfério. Dia e hora variam de ano para ano.

Os Santos Antônio e São Pedro também são festejados em datas próximas, mas São João tem mais adeptos no continente europeu, dai, inclusive, serem antes chamadas de "joaninhas". Ou porque ocorrem no mes de junho (pontos discutíveis).

Bem importantes no norte da Europa desde o século IV (Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia ...), espalharam-se pela Irlanda, parte da Inglaterra, França, Itália, Espanha, Portugal, Canadá, Estados Unidos, Australia.

O hábito chegou ao Brasil junto com os colonizadores portugueses cristianizados a partir do século XIX, e acabou recebendo influências de populações indígenas e afro-brasileiras e de cada região do pais de norte a sul.
  
De então para cá houveram várias mudanças nestas comemorações até se chegar ao conceito atual., onde nem sempre são só servidos pratos típicos ou houve-se música característica. Chega-se a servir pastel, a italiana fogazza e até comida japonesa. E toca-se axé e rock (!!!!!).
Tratam-se (pena) de "atualizações" para agradar a todos os gostos e atrair um número maior de público, inclusive muitos estrangeiros. Assim as festas juninas viraram um chamaris para alavancar  a economia local.


                            
                                          (imagem http://mesadepalavras.wordpress.com/)

Em 13 de junho comemora-se a festa de Santo Antônio, que além de ser considerado "casamenteiro", é invocado para achar coisas perdidas. Daí estar ligado a muitas adivinhações e simpatias como, por exemplo, para as jovens conquistar alguém ou adivinhar quando irão casar.

               
                             
                                          (imagem http://edurbd.wordpress.com/)         
        
 Em 24 de junho, a festa é de São João, ao qual estão ligados vários costumes, homenageando-o. A fogueira, por exemplo, lembra o anúncio de seu nascimento, filho de Isabel e primo de Jesus, à Virgem Maria. Como Isabel morava numa colina distante, foi a forma que encontrou para avisá-la.


                               
                                           (imagem http://paroqiasaopedrosr.blogspot.com/)

Quanto a São Pedro, cuja festa dá-se no dia 29, acredita-se que tenha ficado viúvo, motivo pelo qual estas são muito devotas a ele.

O local onde ocorrem a maioria dos festejos juninos chama-se de "arrarial" : um grande espaço, cercado ou não, ou galpões, enfeitados com bandeirinhas coloridas de papel onde são erguidas barraquinhas, a multidão dança, e há venda de comes e bebes típicos, muitas brincadeiras.


                                       (imagem http://pousadapeter.com.br/)

As festas juninas, como falamos antes, espalharam-se de norte a sul do Brasil, com caracteríticas próprias.                   

Nordeste - Destaque para Caruaru (Pernambuco), a Capital do Forró e Campina Grande (Paraíba), onde duram o mes todo.
Na segunda, as principais atrações ficam por conta de shows grátis no Parque do Povo e o "trem ferroviário", em que os passageiros viajam dançando nos vagões.

Sudeste - Ali, além da comida típica, vendem-se pratos como cachorro-quente, pastel e pizza, que nada tem a ver com a festa (!).
Centro-Oeste - A festa é influenciada pelos países fronteiriços, principalmente o Paraguai. Ai, além da quadrilha, dança-se a polca paraguaia e come-se a sopa típica (espécie de bolo de queijo).

Sul - Cultiva-se a tradição gaúcha de reunir a família ao redor da mesa, deliciando-se com arroz-de-carreteiro, mexido e pinhão.


          (imagem http://mdemulher.abril.com.br/ - Luciana Prezia)

Norte - Comemoram-se as festas com o Festival Folclórico de Pairitins, no Amazonas, em fins de junho, com a toada do boi-bumbá. Receitas regionais como tapioca de mandioca e tacacá (bebida de origem indígena).

Confunde-se muito estas festas com as "quermesses". Essas são realizadas em qualquer época do ano, também ligadas à religião católica, mas com a data do Santo da Paróquia ou aniversário daquela Igreja.
A palavra quermesse vem de "kerkmesse" da língua flamenca, que em francês passou a ser "kermesse", de onde se originou a palavra portuguesa atual.
São, práticamente como às festas juninas; o que muda é o conceito.
Com o tempo foram perdendo o cunho religioso até que na Idade Média passou a ser considerada um atentado aos bons costumes. O Rei da França Carlos V, em 1531, chegou a proibir essa comemoração caso durasse mais de um dia (!). Com o tempo, ainda bem, este édito acabou sendo esquecido.

E agora, muita canjica, pamonha, pé-de-moleque, quentão e quadrilha.

Aproveite, que é só uma vez por ano.

              (imagem http://vejasp.abril.com.br/ - Rafael Campos)


Federica e Vera


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